Carta aberta a Tribuna da Câmara Municipal de Alexânia, com proposta para melhorar a qualidade de vida das mulheres e jovens de Alexânia. Abordando temas essenciais como saúde mental, educação, violência de gênero e políticas públicas eficazes. Destacando a importância de fortalecer a rede de apoio, promover a igualdade de oportunidades, além de implementar ações transformadoras para a cidade, com o objetivo de construir um futuro mais justo e seguro para todos e todas.
Confira o discurso abaixo:
Senhoras e senhores vereadores, representantes do povo de Alexânia:
Sou Nartan Lemos, psicóloga, escritora, mãe, casada, vivendo entre a fazenda Mano Velho, neste município e Brasília.
Estou aqui hoje para expressar nosso agradecimento e apoio aos projetos de lei apresentados pelo vereador Geraldinho, que demonstra atenção às necessidades de enfrentamento das desigualdades sociais e ao fortalecimento de vínculos comunitários e familiares, pilares essenciais para a construção de uma sociedade justa e democrática, especialmente atenta às necessidades das mulheres.
Senhoras e senhores, é fundamental compreendermos a realidade de Alexânia para avançarmos em políticas públicas eficazes e transformadoras. Segundo o Censo de 2022, nossa cidade conta com 27.008 habitantes, um crescimento expressivo nos últimos anos. A
Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílios (PMAD) revela que mais de 60% da população tem até 39 anos, tornando Alexânia uma cidade predominantemente jovem. Além disso, 64,71% da força de trabalho tem entre 15 e 59 anos, um dado que reforça a necessidade de investimentos em oportunidades para essa população economicamente ativa.
Entretanto, os desafios são evidentes. 8,81% da população com 25 anos ou mais não possuem qualquer instrução, e 41,83% não concluíram o ensino fundamental, um reflexo da urgência de políticas voltadas à educação e à qualificação profissional.
Outro dado alarmante e que precisa ser enfrentado com urgência vem da 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher – DataSenado (2023). O estudo aponta que mais de 25,4 milhões de mulheres no Brasil já sofreram violência doméstica provocada por homens. O problema é atual e persistente: 22% relataram que a violência aconteceu nos últimos 12 meses.
A violência psicológica se destaca como a mais recorrente, afetando 89% das vítimas. Além disso, mulheres de baixa renda estão ainda mais vulneráveis, com 79% das que recebem até dois salários mínimos relatando agressões físicas.
Este panorama salienta a importância do fortalecimento de ações educativas para a formação qualificada e humanizada dos jovens do município, além da necessidade de implementar ações de prevenção, atenção e cuidado às mulheres em situação de violência doméstica.
A articulação dessas ações com as políticas de saúde e socioassistenciais já existentes no território, que tem sua atuação e importância, é essencial para a ampliação dessas ações e das redes de apoio. Os serviços de Atenção Primária em Saúde, atenção secundária, CRAS, CREAS, associações e escolas são fundamentais para o enfrentamento de vulnerabilidades.
De acordo com a pesquisa mais recente da Fiocruz, o suicídio entre adolescentes tem aumentado no país de forma mais acelerada do que nas demais faixas etárias. De acordo com a pesquisa, o aumento é mais expressivo entre pessoas de 10 e 19 anos. Precisamos consolidar uma linha de cuidado com estratégias de prevenção para esse grupo.
A Rádio Agência publicou uma pesquisa que interrelaciona o envolvimento de jovens com violência e criminalidade com a evasão escolar.
Em diversos lugares do mundo, ações terapêuticas e educativas, tem trazido resultados positivos para a redução destes índices, com grupos de ajuda, incentivo à afetividade, jogos cooperativos, práticas de Comunicação Não Violenta (CNV), aplicação de conceitos de cultura de paz, conscientização sobre bullying, dentre outras.
Reforçamos que a saúde mental deve ser uma prioridade do município, especialmente para mulheres e jovens, que estão entre os grupos mais vulneráveis.
De acordo com o Panorama em Saúde Mental no Brasil, realizado pelo Instituto Cactos, uma em cada cinco mulheres apresenta Transtornos Mentais Comuns (TMC), e a taxa de depressão é significativamente mais alta entre mulheres do que entre os homens.
Os números globais reforçam essa urgência: Em 2019, quase um bilhão de pessoas no mundo viviam com um transtorno mental, destacando a urgência desse tema. Esses números não são apenas estatísticas, são retratos de vidas, de desafios e de urgências. Precisamos agir!
Seja na educação, no fortalecimento do mercado de trabalho ou no enfrentamento à violência de gênero, é necessário compromisso, políticas públicas eficazes e uma atuação conjunta da sociedade. Alexânia pode e deve avançar!
A prevenção em saúde mental não é apenas uma questão de economia nos custos de tratamento, pois sabemos que para cada 1 real investido na prevenção, 5 reais se economiza no SUS, mas também para melhorar a qualidade de vida das mulheres e de toda a sociedade.
A Lei nº 14.831/2024 traz um avanço importante ao reconhecer formalmente organizações que promovem a saúde mental de seus colaboradores. Isso demonstra que políticas públicas e iniciativas privadas devem caminhar juntas para criar ambientes mais saudáveis, acolhedores e comprometidos com o bem-estar psicológico de todas as pessoas.
Se queremos um futuro mais justo e sustentável, precisamos garantir que a saúde mental seja uma prioridade real e acessível a todos!
Além disso, é fundamental abordar a prevenção do câncer, que é um alerta importante na saúde das mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que os tumores mais prevalentes entre mulheres são: mama (30%), cólon e reto (9,7%), colo do útero (7%) e pulmão (6%).
Estratégias de conscientização e diagnóstico precoce são essenciais para reduzir riscos e melhorar tratamentos.
Senhoras e senhores, nossa proposta é clara: unir esforços para reduzir vulnerabilidades em nosso território, fortalecer a rede de apoio e combater desigualdades.
Queremos garantir o manejo adequado dos sofrimentos e potencializar os recursos disponíveis para mulheres e jovens de Alexânia, incluindo as comunidades de Olhos D’Água, Morada do Sol e a toda zona rural.
Nosso coletivo Portas Abertas é formado por profissionais qualificadas e especializadas nas áreas da saúde, educação e do direito, comprometidas com a transformação social e o fortalecimento da cidadania.
Contamos com a participação da Flavia Timm, Psicóloga com mestrado e doutorado, atuou na UNIFEM casas-abrigo no Brasil e centros de referência de atendimento às mulheres, co-idealizadora do projeto de atendimento as mulheres nas delegacias do Distrito Federal, o atual NUIAM da PCDF.
Eu, Nartan Lemos, Psicóloga, especialista internacional em relacionamentos conscientes e traumas, autora do método Dança Vital – Dançaterapia.
Mariana Vasconcelos, Terapeuta Integrativa, especializada em práticas integrativas, atuou como Consteladora Familiar no juizado de pequenas causas em BSB, além de ser Professora de Dança e Mentora de Mulheres.
Carolina Melo, Artista, Arte-educadora, arteterapeuta, acupunturista, fornece conteúdo para o Instituto Felipe Neto, que atende crianças e jovens, com foco na saúde mental e na responsabilidade social, e professora, aprovada em primeiro lugar em sua disciplina para Alexânia no último concurso estadual de Goiás. Dentre outras profissionais em suas áreas de expertises, e as apoiadoras Aline Clarinda e Cida do Gelo.
Juntas, elaboramos dois projetos que estão inseridos em um programa maior que são: O Elas por Elas, que se propõe a acolher mulheres e famílias, e o Construindo o Amanhã se propõe a oferecer ações nas escolas, atendendo aos nossos jovens e suas respectivas famílias.
Programas educativos, terapêuticos, de acolhimento, sanativos e preventivos serão contemplados no projeto, com cronograma de execução de atividades no decorrer do período, como: rodas de conversa, palestras, práticas integrativas de saúde, autocuidado, atendimento psicológico, técnicas de comunicação não violenta, cursos, workshops, dentre outros.
Diante disto, reiteramos nosso compromisso e convocamos esta casa de vereadores a apoiar a ampliação de ações voltadas à atenção e ao cuidado de jovens e mulheres em nosso município. Somente com políticas públicas eficazes e estruturadas poderemos fazer a diferença e construir um futuro mais justo e seguro para todas e todos em Alexânia, além de tornar o programa um modelo implementado por Alexânia como referência para outros municípios.
Os programas e projetos podem ser executados através de convênio ou associações em parcerias com as secretarias municipais e estaduais.
Contamos com a aprovação e implementação de projetos que preservem vidas, garantam segurança e promovam saúde para nossa população.
Juntas e juntos, podemos transformar Alexânia!
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