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O Casamento Sagrado: a União do Masculino e Feminino Interior

Na essência, no self, yin-yang estão em equilíbrio, há harmonia, plenitude, comunhão, não há conflito de energias. Essencialmente somos yin-yang. E quando há equilíbrio entre essas forças internas vivencio o casamento sagrado, que consiste, em primeiro lugar, em conhecermos como atuam essas forças contrárias dentro de nós, permitindo a expressão delas no mundo sem preferência por uma ou outra, entendendo que somos um ser integral, holístico. 

O casamento sagrado consiste na unificação dos opostos yin e yang, feminino e masculino, sem a predominância de um ou do outro, assim permitindo a expressão criativa e única em sua totalidade.

Quero ressaltar que, quando abordo o feminino e o masculino, estou me referindo aos princípios energéticos – isso nada tem a ver com sexo, desejo e/ou expressões de identidade de gênero.

À maneira de Jung, quando falo de feminino e masculino, estou me referindo às formas de energia psíquica, polaridades, tais quais o negativo e o positivo, ou o yin e o yang. Segundo Sanford (1987), os termos yin-yang parecem ser uma nomenclatura mais abrangente, já que não evocam papéis sociais, e sim arquétipos que se referem a princípios cósmicos, como o dia e a noite, a luz e a escuridão. E isso nada tem a ver com os genes femininos ou masculinos, trata-se de aspectos de nossa psique. O interessante é que podemos nos surpreender ao vivenciar esses polos. Chamo o encontro entre as polaridades Yin e Yang, em nosso ser interior, de “casamento sagrado”. Na vida, quando vou ao encontro de outro ser também vou ao encontro dessas polaridades dentro de mim. 

Em termos pessoais, temos os dois princípios energéticos yin-yang dentro de nós, mas podemos ter a predominância de um deles em nossa personalidade. Nas diferentes experiências e desafios da vida, assim como na prática do Dança Vital, considero que o importante é encontrar o equilíbrio entre essas duas forças. Por exemplo, às vezes passamos por situações que nos convocam a fazer um mergulho interno (o princípio yin); e outras circunstâncias nos convocam a agir no mundo externo (o princípio yang). E como a dança nos proporciona trabalhar o movimento de transformação de uma energia em seu oposto, é aí que reside a sua possibilidade terapêutica. 

Nos grupos do Dança Vital, por meio de movimentos específicos das qualidades feminina e masculina, acessamos esses aspectos da nossa psique. É preciso destacar que cada um de nós vai vivenciar as polaridades de uma forma singular. Independente das características biológicas ou de gênero, qualquer um de nós pode experimentar as qualidades femininas, associadas a sensibilidade, a um espaço mais interno, aos nossos sentimentos e emoções. Gosto de considerar o feminino como espaço da interiorização, da meditação, da terapia e do que também é belo e/ou estético. Já a polaridade masculina, associamos ao movimento, ao que está fora, e novamente qualquer pessoa pode experimentar esse espaço, que também representa a objetividade, a agressividade, a assertividade, a determinação e a realização do ser no mundo.    

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Foto: Vivência Método Dança Vital/Daçaterapia, em Brasília – DF

Ressalto que o trabalho com as polaridades é uma das linhas condutoras do método: podemos experienciar essas duas energias (feminino-masculino; yin-yang) que correm no nosso fluxo vital de diferentes formas. Isso precisa ficar muito claro: experimentar as polaridades não tem nada a ver com nossa vivência sexual ou afetiva. Independente das classificações, carregamos dentro de nós os princípios energéticos yin-yang e feminino-masculino. Nosso trabalho diz respeito à alma humana, esse tema complexo e profundo, um mistério sempre a ser desvendado – sobre o qual falarei mais no próximo capítulo.

Por meio de um trabalho gentil e profundo podemos acessar o movimento mais presente em nós, e nos conectarmos com a semente de seu oposto, em seu estado mais puro. Podemos dançar o fechamento de um ciclo nos conectando com a semente de abertura para o próximo ciclo, podemos passar da tristeza à alegria. É diferente, por exemplo, dos movimentos de defesa e/ou ataque, que remetem à ideia de nos fechar de forma brusca ou de colocar nossa energia de forma desequilibrada para fora, sem manter a conexão interna.  Um trabalho com a nossa essência vital possibilita acessarmos as diferentes formas de energias, integrando essas forças dentro de nós.

Relacionando de forma saudável

Por isso, é muito mais saudável quando vamos para nossas relações com nossa inteireza (yin e yang, luz e sombra) sem ter que escolher por uma delas. Por meio da Dança e da Meditação podemos resgatar e ressignificar esse espaço, além de criar novas vivências e paradigmas, nos libertando de crenças limitantes, couraças e formas de viver e estabelecer relações impostas. 

Para quem está disposto a passar pelo processo de autoconhecimento, ou pela experiência de integrar em si seus sentimentos potenciais, o Dança Vital é um método libertador que tem a ver com o casamento interior. O encontro com a inteireza de nossa alma pode ser desagradável ou assustador, no entanto irá acontecer com o máximo respeito e delicadeza. Alguns aspectos de nós mesmos podem ser mais difíceis de serem reconhecidos, como por exemplo a personalidade da sombra, que incorpora características que não desenvolvemos ainda, ou mesmo que não desejamos ter.

Gosto muito de trabalhar a perspectiva de integrar as forças opostas:  luz/sombra, consciente/inconsciente, movimento/não-movimento, som/silêncio, yin/yang, dia/noite. Com movimentos de contração trago tudo para dentro, e depois, com movimentos de expansão, expresso toda a criatividade que acesso dentro de mim. No Dança Vital, trabalhamos com danças mais suaves, mais yin, e também com danças mais energéticas, mais yang. Por meio dos exercícios de Bioenergética, de Meditações e da Arteterapia, podemos integrar as polaridades energéticas e arquetípicas em nossa psique e no corpo. 

Em princípio, o encontro consigo mesmo significa nutrir sua individualidade. Para tanto, é preciso descobrir suas reais necessidades, seus limites e o que alimenta a sua alma. Você precisa descobrir por si mesmo o que te move e, muitas vezes, fazendo uma retrospectiva, há dicas na infância, momentos em que o lúdico e o espontâneo estavam presentes em nossas vidas, porém, como criança não tínhamos consciência deste estado de presença. Muitas vezes é preciso ir em busca do casamento sagrado, do amor próprio/de amar a si mesmo, e nesse sentido a terapia pode ser fundamental.

Conforme nos ensina o mestre Osho, viver é se mover entre os opostos, é um processo, uma revolução permanente. Podemos, por exemplo, amar e odiar a mesma pessoa. No amor, há sempre um processo de união, depois de separação, e isso se repete diversas vezes em um mesmo relacionamento. Buda ou Heráclito já diziam que somente a mudança é permanente. Nas palavras de Osho (1982): “Seja verdadeiro com seu eu mutante, pois essa é a única realidade”.

A jornada de autoconhecimento e integração das polaridades yin e yang dentro de nós é essencial para vivermos de forma plena e em harmonia com o mundo ao nosso redor.

E você, como tem lidado com suas energias internas?

Já experimentou se conectar com seu lado yin ou yang através de práticas como a Dança Vital? Compartilhe suas experiências e reflexões nos comentários! Vamos juntos explorar o casamento sagrado e fortalecer nossa relação com nós mesmos.

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